Vote por el candidato Diodinho Santos... |
Página(s)
Web: Nani
Humor, biografía sobre Nani
Entrevista realizada el 30/9/2012 @M
Reproduzco
aquí una entrevista realizada con el caricaturista político acompañado de
varios dibujos que fueron rechazados por los censores de la
dictadura en la década de los 70s. La redacción de O Pasquim
en esas épocas sufrió amenazas, encarcelamientos arbitrarios y hostigamiento a
lo largo de los gobiernos militares.
Ya sé que está en portugues. Igual así, los chistes son buenisímos, y la opinion del maestro humorista vale ampliamente la pena: echénle ganas!
Ya sé que está en portugues. Igual así, los chistes son buenisímos, y la opinion del maestro humorista vale ampliamente la pena: echénle ganas!
charge política = cartón político.
__ ______________ __
1. Y la sálida? 2. No sé, también soy de aquí. |
Eu, Ziraldo e Henfil somos mineiros. O
mineiro tem uma visão muito crítica e é bem humorado. Nossa fama é sermos
desconfiados, talvez isso ajude a não acreditar em tudo e sermos rigorosos nos
julgamentos. A cultura mineira é muito humanista e cada cidade é um microcosmo
do Brasil, por isso nossa formação política vem de berço. O humor é um
denominador comum, para ele ser engraçado e entendido por todos tem que ser
universal. Rimos das diferenças, mas o que permanece no humor é o que o torna
entendível por todos. Na maneira de rir somos todos brasileiros.
Qual é a relação
entre humor e a verdade?
O humor não é a verdade, ele é o
mecanismo, o instrumento que desmascara uma verdade e a graça vem de a pessoa
dizer "não é que é isso mesmo?". Talvez essa revelação que causa espanto
ao inverter a lógica é que seja a graça. Eu digo que a charge, no caso, a
charge política é a quarta leitura do jornal. Primeiro o leitor lê a manchete,
segundo ele lê a notícia, terceiro ele lê o editorial ou o articulista sobre
aquele tema e em quarto lugar ele vê a charge, e a charge é na maioria das
vezes a mais clara das leituras- a mais verdadeira.
Para con eso Adalberto, estas asustando a los niños! |
Sim, na época da ditadura usamos
o carrasco para significar os torturadores, o "xis" das canetas sobre
os trabalhos censurados eram personagens significando a estupidez dos censores.
Tenho uma caixa com alguns trabalhos censurados onde se vê que tudo eram
estupidez e brutalidade.
De onde surgiu
a vontade de jogar com letras e expressões como personagens?
O humor do universo é como o universo
sideral: há tanto para explorar e eu exploro tudo. Porque dá para fazer humor
com tudo porque a referência é o ser humano. Se faço uma piada com pedra,
parafuso ou uma palavra a referência é o homem e toda sua complexidade.
1. Mama, qué es aquel petróleo que está faltando tanto? 2. Es petróleo para hacer comida. 1. Y qué es comida? |
Quem apresentou o Steimberg ao Jaguar,
Ziraldo, Fortuna e Claudius foi o Millôr Fernandes que teve influência dele e
passou a ser referência daquela geração. Eu considero o Millôr um divisor de
águas. Antes de Millôr começar a desenhar sua própria página no O Cruzeiro, o desenho brasileiro tinha
influência argentina: Péricles, Carlos Estevão, etc., desenhavam os narizões
vermelhos, o corte dos ternos à moda antiga, etc. Millôr apresentou aos
cartunistas que começavam, não só o Steimberg, mas também os franceses Chaval,
Bosc e André François. Foi então que o desenho de cartum mais moderno surgiu
com força no Brasil - também cito o Borjalo - .
A geração que se seguiu, na qual me
incluo, já pegou influência do Jaguar, Fortuna, Ziraldo... Eu acrescentei
influências variadas pois, na minha cidade no interior de Minas chamada
Esmeraldas, em 1964 eu lia o Punch,
uma velha inglesa se mudou para lá e me deu dezenas de Punch e eu tive contato com grandes nomes como Sempé, e os craques
daquela revista. O Henfil me influenciou muito pela linguagem que ele usava que
era coloquial e usando gírias - o que na época não era muito usada nas charges.
Falando dos
Argentinos, você acha que Quino teve uma forte presença no Brasil? Tem algum outro
grande que eu esteja esquecendo?
Quino mostrou para minha geração que a
tira, como a da Mafalda, não era só
humor pelo humor, ele poderia ser uma forma de raciocinar a política e a
realidade. Os cartuns dele também eram profundos e muito bem desenhados, claro
que nos influenciou.
Eu tive muita influência da turma do
Charlie Hebdo: Reiser, Wolinski e também curtia o pessoal do Hermano Lobo:
Perich e outros. Gostava muito do Rius também. Tenho o ABChé dele.
Es un Preso Político! |
A charge, antes, ajudava a vender
jornais. No Brasil sempre teve jornais de humor, alguns duraram mais de 50
anos, o Pasquim durou 22. O que
contribuiu para o brasileiro deixar de consumir humor de jornal foram vários
fatores. Uma geração de jornalistas que gostavam de charges envelheceu e foi
substituída por uma geração que não curte muito humor gráfico, não o entende. A
televisão e as nova mídias também sufocaram o humor impresso. A educação no
Brasil piorou, antes, nas universidades de comunicação estudavam o humor como
forma de comunicação - era a época de Umberto Eco e outros teóricos e davam
muito a importância aos quadrinhos, ao humor, ás charges, hoje ninguém estuda
mais isso como matéria. Na internet tem muita coisa de humor e ninguém precisa
hoje procurar os jornais, o que é uma pena. Por isso tenho meu blog: nenhum
jornal abriria espaço para mim publicar tanta coisa.
1; Ahí viene la gran hambruna mundial... 2. Socorro! Una cucaracha! |
__ ______________ __
Lé más sobre Nani en está entrevista:
"Precisamos do humor para não morrer de realidade." [27/08/2008]
"Precisamos do humor para não morrer de realidade." [27/08/2008]
No hay comentarios:
Publicar un comentario